quinta-feira, 16 de abril de 2020

Como o isolamento social e a quarentena por causa do coronavírus impactaram o meio ambiente

Em Veneza, a falta de gôndolas faz com que as águas dos canais fiquem limpídas | Foto: AP/Andrew Medichini

Com o isolamento social e a falta de pessoas na rua, a natureza está reagindo. Em Veneza, foi possível ver água límpidas e até peixes nos canais. Na Índia, a população consegue enxergar o pico das cordilheiras do Himalaia depois de 30 anos.

Para Eduardo Carrano, professor do curso de Ciências Biológicas e do laboratório de Ecologia e Conservação da PUC do Paraná, isso se deve ao fato de que, com menos carros e outros veículos, há a redução da emissão de poluentes, como o monóxido de carbono e o dióxido de nitrogênio. Como consequência, a qualidade do ar aumenta.

No caso de Veneza, sem o turismo e as gôndolas, a emissão de esgoto e outros dejetos nos canais foi interrompida.

Além desses exemplos, o professor afirma que a mudança no meio ambiente também foi percebida em São Paulo. “A Organização Meteorológica Mundial relatou uma redução significativa das emissões na China e consequente melhoria na qualidade do ar, situação semelhante foi apontada para a região metropolitana de São Paulo em comunicado da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo.”

Mas será que essa mudança é sustentável? Carrano acredita que não. “Com o retorno das atividades humanas pós pandemia, a poluição do ar, da água e a utilização dos recursos naturais voltarão ao normal. O mundo não para, as pessoas não param, a economia não pode parar. Escutamos isso diariamente! Inclusive nesse momento onde o número de mortes aumenta diariamente, algumas pessoas e até mesmo governantes têm outras preocupações”, avalia.

O professor, no entanto, tem esperanças de que algumas pessoas mudem o estilo de vida. “Lições deveriam ser aprendidas durante esta pandemia, e ações deveriam ser tomadas, ou então vamos aguardar um próximo evento mundial para novamente repensar nosso modo de vida.”

Carrano vê a relação entre ser humano e natureza como “insustentável” em praticamente todos os sentidos. “(Essas mudanças) Servem de alerta sim, e que as atitudes humanas devem mudar independente da pandemia. É fundamental a adoção de medidas urgente para equilibrar essa questão, visando um reequilíbrio ambientar e, consequentemente, uma melhoria na qualidade de vida das pessoas.”

Fonte: Yahoo